segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um presente, mas não pra qualquer um...



E é este o meu  presente

É uma dádiva que recebo e que nem sempre quero

Para a qual nem sempre me esmero

È uma carta de amor sem destinatário.

Por vezes magoada

Por vezes com os olhos cheios de esperança

É o meu presente

Um presente que embrulho em papel  d’ouro


E não o ofereço

Ele terá de ser conquistado

Como coisa valiosa que é!

É feito também de mágoas

De algumas lágrimas que algures me caíram

Provocadas por alguém

Ou por mim própria

Mas é também feito dos sorrisos que dei

Daquelas gargalhadas puras sem motivo

Sim, essas mesmo que agora conseguimos ouvir…

É feito de esperanças e sonhos

Que ao longo dos anos foram tomando forma

Ou ficaram informes, apenas sonhados…

Este é o meu presente embrulhado a folha d’ouro

É o presente que quero partilhar com alguém

Passando água e sal nas feridas

Beijando as cicatrizes

Secando as lágrimas

Sonhando os sonhos um do outro

Este é o poema do meu presente

O poema que escrevo todos os dias com a caneta da realidade

Com a tinta que me circula na alma e nas veias

É vida

Uma vida completa, triste e alegre, serena e revolta

Fácil e difícil, bonita e feia...

Mas é vida!

Sem preocupações de embelezamento

Sem preocupações de julgamento

Sou eu

Apenas igual a mim mesmo

Eu, a verdadeira.

Eu, a cruel e fria

Eu, o doce dos doces

Eu…. Eu, o meu presente…

E como a voz se me embarga quando digo isto

É um presente conquistado todos os dias

Batalhas nuas e cruas

Batalhas internas e externas

Batalhas

Batalhas

Este é o meu presente

Um presente nem sempre fácil

Nem sempre florido

Mas é um presente

E está disponível

A quem o souber receber e respeitar

É um presente bem presente…


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